Homem da rádio!
"António Sérgio era o último radialista vivo", disse Álvaro Covões à agência Lusa. Morreu ontem à noite o radialista António Sérgio, vítima de um problema cardíaco. Aos 59 anos dos quais 40 ao serviço da rádio, o profissional fazia actualmente o programa "Viriato 25" da rádio Radar.
Álvaro Covões, co-proprietário da rádio Radar, onde Sérgio trabalhava, afirmou que a morte do profissional "deixa um vazio na rádio portuguesa" por este ser último grande radialista vivo, da rádio que se fazia antigamente, a do programa de autor". "Vai ser um bocado estranho como vai ser o futuro da rádio sem uma pessoa como o António Sérgio. É uma perda muito grande. A melhor homenagem que lhe podemos fazer é continuar a ouvir a música que ele nos deu a conhecer", defendeu.
Luís Montez, dono da rádio onde o radialista trabalhava, elogiou António Sérgio, considerando-o "um mestre da rádio, uma referência ou o John Peel português". Exemplo de dedicação e de trabalho, António Sérgio foi trabalhar ainda ontem, dia em que morreu, justificando ao dono da rádio: "os ouvintes estão à minha espera". Montez disse que o radialista "estava sempre preocupado com os ouvintes".
Também João David Nunes reagiu à morte de um amigo de há muitos anos. "Ele deixa uma marca indelével na rádio portuguesa", afirmou à agência Lusa. Sobre as qualidades do Radialista, João David Nunes destaca "uma voz fantástica e característica" e uma "qualidade inacreditável que sempre teve de estar à frente, de ser capaz de ouvir e perceber aquilo que era algo, que ia ser determinante, uma coisa boa", antecipando tendências e êxitos musicais.
Joaquim Paulo, da Waymedia, também recordou o radialista. "Era sempre um prazer falar com ele, porque era uma pessoa que amava a música e falava sempre entusiasticamente". "A memória mais forte que tenho é que comecei a ouvir rádio a ouvir António Sérgio. Lembro-me de ter 15 anos e ouvir o 'Rotação'. É uma grande parte da minha formação musical na altura e parte dos meus hábitos musicais", lembrou Joaquim Paulo, ex-colega de António Sérgio na Rádio Comercial, no final da década de 90.
Já o vocalista, letrista e fundador da banda Mão Morta, Adolfo Luxúria Canibal, confessa que António Sérgio foi sempre um exemplo. "Era a referência de quando eu era adolescente, de quando o rádio era o instrumento por excelência", disse.
O compositor Rodrigo Leão ´considerou António Sérgio "uma pessoa fantástica, talvez uma das primeiras pessoas que eu conheci da rádio. Foi há 28 anos, quando editámos o primeiro disco da Sétima Legião", contou. "Era uma pessoa que já não via há muitos, mas acompanhava sempre os seus programas de rádio, ultimamente ouvia-o na rádio Radar", disse o músico.
António Sérgio estreou-se na Rádio Renascença e tornou-se famoso com programas como "Som da Frente", "Lança-Chamas" ou "A Hora do Lobo".
Fonte : ionline
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